Imagem:Do-24.com

Rio de Janeiro, 05 de Março de 2006
Com direito a sobrevôo do Pão de Açucar escoltado pelos T-6 da Esquadrilha Oi, o Do-24ATT "Latina", único no mundo, se despediu do Rio de Janeiro após quase três semanas na cidade. Seu rumo foi Salvador (BA) onde passará uma noite, indo na manhã seguinte para uma escala técnica em Natal (RN). Na terça-feira (13/03) partem para Fernando de Noronha. Na madrugada de quarta-feira (15/03) decolará para vencer as 1.200 milhas de distância voando a 15.000 pés de altitude através do Atlântico até as ilhas Cabo Verde, um arquipélago a 300 milhas da costa ocidental africana. De Cabo Verde irá praticamente em linha reta até Dacar, capital do Senegal, quando finalmente descerá na África continental, última etapa da viagem antes da Europa.
72 horas cruciais
Desde sua chegada ao Rio em 22 de fevereiro, o cronograma do cmdt. Iren Dornier e sua equipe passou por algumas mudanças. Previsto para ficar na cidade até 1o de março, logo estendeu para 15 de março porém, compromissos de última hora na Espanha fizeram com que a viagem fosse antecipada e mais uma vez o prazo foi mexido, dessa vez para sábado último, dia 11.
Para a travessia do Atlântico, o Dornier recebeu um tanque extra com capacidade de 1.140 l que precisou ser construído num estaleiro em Niterói (RJ). Como sua entrega foi feita na sexta-feira (10/03), mesmo dia que a equipe terminava os ajustes dos motores, logo a idéia de partida no sábado ficou sob dúvida podendo ser adiada para domingo (12/03).
Durante toda a sexta-feira a equipe do cmdt. Dornier apoiada por técnicos dos Afonsos trabalhou quase sem parar. A única pausa do dia veio carregada de emoção e nostalgia quando o piloto vivo mais antigo da aviação comercial brasileira, cmte. Götz Georg Herzfeldt, com seus 85 anos fez questão de visitar o Museu Aeroespacial e conhecer de perto o cmdt. Iren e seu Do-24 modernizado.
Dos Afonsos para o Santos Dumont
A noite de sexta-feira se aproximava e o trabalho para deixar o "Latina" em ordem para a longa perna sobre o oceano continuava. Eram 9:00 da noite quando o "expediente" se encerrou. Parecia que tudo estava ok. Sábado pela manhã a indigesta surpresa de que um dos pneus estava vazio e a certeza que a decolagem só ocorreria mesmo no domingo.
As 10:50h da manhã de domingo o Do-24 partiu do Museu Aeroespacial no Campo dos Afonsos, zona oeste da cidade rumo ao aeroporto Santos Dumont, no centro. Tocou a cabeceira 20L as 11:05h após ter cruzado as duas pistas em direção à Niterói quando iniciou curva para pousou passando sobre a ponte Rio-Niterói.
Show de warbirds na despedida
Toda a tripulação permaneceu na pista enquanto a aeronave era reabastecida. A exceção foi o co-piloto Jim Eagles que compareceu a área adminstrativa para confirmar o plano de vôo. Numa feliz coincidência, três T-6 da Esquadrilha Oi pousaram próximo ao "Latina" e acabaram encaixando as escalas de vôo. Como o cmdt. Dornier gostaria de fazer um vôo de teste de quinze minutos de duração antes de proseguir viagem para Salvador, criou-se a oportunidade que todos esperavam. Foram quinze minutos de pura magia para todos que assistiram ao sobrevôo dos quatro aviões, primeiro pelo Pão de Açúcar seguindo pela paria de Copacabana, Niterói, cruzamento sobre o aeroporto nova curva próximo ao Pão de Açúcar, segunda passagem sobre Niterói e pouso para uma breve despedida. Foi sem dúvida um gran finale para um ilustre visitante.
Galeria de imagens
-
POUCO ANTES do meio-dia de sexta-feira (10/03) chega o tanque extra de 1.140 l. Após inspecionado e descarregado, a equipe se reune para decidir a melhor forma de colocá-lo no DornierDespedida Latina_1
Crédito:Oswaldo Claro Jr.POUCO ANTES do meio-dia de sexta-feira (10/03) chega o tanque extra de 1.140 l. Após inspecionado e descarregado, a equipe se reune para decidir a melhor forma de colocá-lo no Dornier
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
QUASE LÁ! O tanque extra principal entra pela porta lateral praticamente sem folga, para ser acomodado na área central da fuselagem. Na parte inferior da foto, ao fundo, pode se ver um dos oito tanques (azuis) de 220 l que juntos com o de 1.140 l completam a capacidade extra de combustível necessária para a travessia do AtlânticoDespedida Latina_2
Crédito:Oswaldo Claro Jr.QUASE LÁ! O tanque extra principal entra pela porta lateral praticamente sem folga, para ser acomodado na área central da fuselagem. Na parte inferior da foto, ao fundo, pode se ver um dos oito tanques (azuis) de 220 l que juntos com o de 1.140 l completam a capacidade extra de combustível necessária para a travessia do Atlântico
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
O TANQUE extra principal em alumínio ainda sem todas as ligações, mas já em seu lugar. Na seção traseira ficam os tanques extras totalizando 220 l. Ao decolar de Fernando de Noronha, usarão primeiro o combustível dos 9 tanques extras (autonomia de + ou - 3 horas) e depois usarão os das asas (autonomia de mais 8 horas). A travessia toda está estimada em 10 horasDespedida Latina_3
Crédito:Oswaldo Claro Jr.O TANQUE extra principal em alumínio ainda sem todas as ligações, mas já em seu lugar. Na seção traseira ficam os tanques extras totalizando 220 l. Ao decolar de Fernando de Noronha, usarão primeiro o combustível dos 9 tanques extras (autonomia de + ou - 3 horas) e depois usarão os das asas (autonomia de mais 8 horas). A travessia toda está estimada em 10 horas
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
ENCONTRO DE duas épocas. Cmdt. Götz Herzfeldt, mais antigo piloto da aviação comercial brasileira vivo, se encontra com o cmdt. Iren Dornier. O cmdt. Gotz ingressou na Varig em 1937 como piloto e posteriormente foi o primeiro Diretor de Operações. Começou sua carreira de piloto comercial num Junker F-13 e quando deixou o vôo era comandante de Super ConstellationDespedida Latina_4
Crédito:Oswaldo Claro Jr.ENCONTRO DE duas épocas. Cmdt. Götz Herzfeldt, mais antigo piloto da aviação comercial brasileira vivo, se encontra com o cmdt. Iren Dornier. O cmdt. Gotz ingressou na Varig em 1937 como piloto e posteriormente foi o primeiro Diretor de Operações. Começou sua carreira de piloto comercial num Junker F-13 e quando deixou o vôo era comandante de Super Constellation
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
O SPINNER do motor direito do Dornier brilha sob o sol quente do Campo dos Afonsos. A revisão pela qual os motores passaram na base aérea permite que o Do-24 voe mais 150 horas sem necessidade de manutençãoDespedida Latina_5
Crédito:Oswaldo Claro Jr.O SPINNER do motor direito do Dornier brilha sob o sol quente do Campo dos Afonsos. A revisão pela qual os motores passaram na base aérea permite que o Do-24 voe mais 150 horas sem necessidade de manutenção
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
BREVE MOMENTO de descontração no penúltimo dia do Dornier no Musal. David Rose (esq.), piloto e fotógrafo, cmdt. Iren Dornier (centro) e Jim Eagles (dir.) piloto, acenam para a câmeraDespedida Latina_6
Crédito:Oswaldo Claro Jr.BREVE MOMENTO de descontração no penúltimo dia do Dornier no Musal. David Rose (esq.), piloto e fotógrafo, cmdt. Iren Dornier (centro) e Jim Eagles (dir.) piloto, acenam para a câmera
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
CHEGA A noite de sexta-feira mas o trabalho continua. Os testes finais de motor foram feitos com ajuda dos faróis dos carros. Só as 21:00 horas o trabalho foi encerradoDespedida Latina_7
Crédito:Oswaldo Claro Jr.CHEGA A noite de sexta-feira mas o trabalho continua. Os testes finais de motor foram feitos com ajuda dos faróis dos carros. Só as 21:00 horas o trabalho foi encerrado
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
DO-24 FAZ os primeiros testes de motor no meio da tarde de sexta-feira (10/03). Os três Pratt & Whitney PT6A-45B consomem 1.450 libras/hora de combustível voando entre 13.000 pés e 15.000 pés. Mesmo com seus motores sem carenagem ainda é um belo aviãoDespedida Latina_8
Crédito:Oswaldo Claro Jr.DO-24 FAZ os primeiros testes de motor no meio da tarde de sexta-feira (10/03). Os três Pratt & Whitney PT6A-45B consomem 1.450 libras/hora de combustível voando entre 13.000 pés e 15.000 pés. Mesmo com seus motores sem carenagem ainda é um belo avião
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
PRESTES A pousar no Santos Dumont pela primeira vez, na cabeceira 20L, o Dornier só conheceu o aeroporto no dia de sua despedida. Uma semana antes, no domingo 05/03, a aeronave amerrisou na hidropista paralela ao aeródromo sem utilizar sua infraestruturaDespedida Latina_9
Crédito:Oswaldo Claro Jr.PRESTES A pousar no Santos Dumont pela primeira vez, na cabeceira 20L, o Dornier só conheceu o aeroporto no dia de sua despedida. Uma semana antes, no domingo 05/03, a aeronave amerrisou na hidropista paralela ao aeródromo sem utilizar sua infraestrutura
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
NA PISTA, a equipe aguarda o fim do abastecimento para seguir viagem rumo a Salvador (BA)Despedida Latina_10
Crédito:Oswaldo Claro Jr.NA PISTA, a equipe aguarda o fim do abastecimento para seguir viagem rumo a Salvador (BA)
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
COM UM aceno de mão, o cmdt. Dornier se despede da cidade do Rio de Janeiro. Com a reinauguração da hidropista, quem sabe um até breve?Despedida Latina_11
Crédito:Oswaldo Claro Jr.COM UM aceno de mão, o cmdt. Dornier se despede da cidade do Rio de Janeiro. Com a reinauguração da hidropista, quem sabe um até breve?
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
APROVEITANDO A oportunidade da presença de três T-6 da Esquadrilha Oi, o "Latina" realizou um vôo rápido de 15 minutos com os warbirds para uma sessão de fotos inesperada sobre o Pão de Açúcar, praia de Copacabana e Niterói antes de sua partidaDespedida Latina_12
Crédito:Oswaldo Claro Jr.APROVEITANDO A oportunidade da presença de três T-6 da Esquadrilha Oi, o "Latina" realizou um vôo rápido de 15 minutos com os warbirds para uma sessão de fotos inesperada sobre o Pão de Açúcar, praia de Copacabana e Niterói antes de sua partida
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
VISÃO RARA e espetacular da formação liderada pelo Do-24 ATT com o cmdt. Carlos Edo em sua ala esquerda e o cmdt. Laert Gouvêa na ala direita cruzando o Santos Dumont. O cmdt. Gustavo Albrecht voou mais afastado da formação com o fotógrafo da equipe Dornier, David RoseDespedida Latina_13
Crédito:Oswaldo Claro Jr.VISÃO RARA e espetacular da formação liderada pelo Do-24 ATT com o cmdt. Carlos Edo em sua ala esquerda e o cmdt. Laert Gouvêa na ala direita cruzando o Santos Dumont. O cmdt. Gustavo Albrecht voou mais afastado da formação com o fotógrafo da equipe Dornier, David Rose
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
DECOLANDO PARA o Atlântico. Assim que o Do-24 livra a pista do Santos Dumont, inicia sua história de travessia transatlântica que terá fim na costa ocidental da África, em Dacar, capital do SenegalDespedida Latina_14
Crédito:Oswaldo Claro Jr.DECOLANDO PARA o Atlântico. Assim que o Do-24 livra a pista do Santos Dumont, inicia sua história de travessia transatlântica que terá fim na costa ocidental da África, em Dacar, capital do Senegal
Crédito:Oswaldo Claro Jr. -
MAPA DA travessia. (1) Chegada em Salvador na noite de 12/03. Partida para (2) Natal na manhã de segunda (13/03). (3) Fernando de Noronha na terça (14/03) para reabastecimento. Na manhã de quarta (15/03) início da travessia oceânica e chegada em (4) Praia, capital de Cabo Verde onde reabastecerão. Na quinta, partirão para o último trecho rumo a (5) Dacar, SenegalDespedida Latina_15
Crédito:Sentando a Pua!MAPA DA travessia. (1) Chegada em Salvador na noite de 12/03. Partida para (2) Natal na manhã de segunda (13/03). (3) Fernando de Noronha na terça (14/03) para reabastecimento. Na manhã de quarta (15/03) início da travessia oceânica e chegada em (4) Praia, capital de Cabo Verde onde reabastecerão. Na quinta, partirão para o último trecho rumo a (5) Dacar, Senegal
Crédito:Sentando a Pua!